Fomos homens meio bicho meio terra e meio sal
Que numa noite de eclipse fomos transformados
nesta triste plantação geek de eletrodos e painéis.
Eclodiu a rede e sua composição über-artificial
Senhor, para onde iremos nós?
Superconsumidores de tudo que seria e que é
Ontem comprei meu lixo dessa noite descartável
gigabytes, mega-hertz mensuram a escuridão da realidade
Senhor, quantos gigas para nós?
Cientistas são sagazes e pensam aritmética com linguística
criam hipóteses absurdas em um cérebro eletrônico.
Busca, emula, formata, modula, mas ninguém faz a crítica
Senhor, salve um arquivo por nós!
Estudantes all hi-tec, com seus tablets moderninhos,
da telinha pro caderno pra mostrar ao professor
copiando e emulando argumentos espertinhos
Senhor, dá um ctrl C pra nós!
Solteironas acadêmicas noite adentro vasculhando a cidade
em um giro GPS em busca de um cafajeste pra gozar por uma noite.
Interação, face to face, rede social da virtualidade
Senhor, tenha piedade de nós!
Algoritmos perspicazes transformam rapazes esqueléticos
Em príncipes encantados gerados por bits com sabor de silício
Tudo é simulação configurada em resultados hipotéticos.
Senhor, virtualize o amor por nós!
network e avatar – terabyte e megahertz – acabou a energia
cloud computing – avatar – tem scraps? this is the end.
Oba – alas – viva o bit – palmas pra tecnologia
Vírus e cyberbullying – Control Z, sou novo outra vez
Ah, Senhor, tenha um backup de nós!